terça-feira, 1 de março de 2011

O desejo é um Deus irrequieto...

O desejo é um Deus irrequieto.
O amor é uma tempestade.
Não houve morte em que não ouvisse
a tua sombra.

Eu sei os meus caminhos de cor,
ando pelos campos na penumbra
dos dias muito frios.

O amor é um anjo caído
que o desejo mantém suspenso
em um céu de mariposas.

Há uma chuva guardada
para cada amor perdido.

A espera frágil de um coração
que margeia. Sigo à revelia
este amor. Sem ousar nunca
compreendê-lo.

O desejo como burla,
pantomima breve.
Nasci para doces ruínas.
Sem temer a morte,
com a alma ancorada
na solidão dos livros.

Estou no que não escrevo.

Rodrigo Cortez
22.12.09

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