Flaubert gostava de afirmar que a literatura seria a única forma de suportar a existência, torná-la menos intragável para os paladares mais refinados. Neste sentido, a literatura francesa sempre foi pródiga para com a humanidade. De Victor Hugo a Proust, de François Villon ao próprio Flaubert, passando por Rousseau, Sade, Artaud, e tantos outros, os franceses sempre ajudaram a mitigar nossos sofrimentos.
Mas é na poesia que a língua francesa estala com mais força o seu chicote. Poetas como Rimbaud, Baudelaire, Mallarmé, Apollinaire e Breton, simplesmente inventaram aquilo que se convencionou chamar de "poesia moderna". Livros como "As flores do mal", "Uma temporada no inferno", "Álcoois" e o poema "Um lance de dados", serviram como um terremoto grau 100 na escala richter da poesia universal. Peço desculpas pelo clichê da comparação, mas foi a imagem mais próxima que me veio no momento.
Influenciaram tudo que se escreveu depois. Talvez por séculos essa influência permaneça. Assim como o plutônio, repousado numa folha de alface japonês, que só nos deixará após 40 mil anos compartilhando nossa existência. A esses poetas "plutonianos", a minha frágil homenagem e perpétua reverência.
*Na ilustração, Guillaume Apollinaire. E antes que alguém reclame, Apollinaire nasceu na Itália, mas naturalizou-se Francês, país pelo qual lutou na primeira guerra mundial.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOutro francês que me inspira muito, só que na área da filosofia e também na política, é Sartre...
ResponderExcluirEsses poetas podem mitigar os sofrimentos ou expor ainda mais as feridas! Ao lê-los, você é levado a sentir tanto a dor como o prazer...
"Eu pasmei de invejar tanta pobre criatura,
Correndo ao hiante abismo, e da alma alucinada,
Que tem no próprio sangue a embriaguez que procura
E que prefere a dor à morte e o inferno ao nada."
-Baudelaire-